segunda-feira, 12 de março de 2012

VALEU RICARDO TEIXEIRA... por renunciar!

Breve comentário, de um aliviado torcedor, não só de um time de futebol, mas do futebol como um todo...




RICARDO TEIXEIRA CAIU!
UFA!

23 anos de uma administração ditatorial, nebulosa, e com um saldo extremamente negativo para o nosso país de modo geral. Embora tenhamos ganhado duas copas do mundo em sua gestão, Ricardo Teixeira deixa um país, que é excelência em matéria prima de futebol (revelação de grandes jogadores), com mais problemas estruturais do que se possa imaginar.

Bem, já me alonguei o bastante, e os problemas do nosso Futebol dariam um post exclusivo e com várias páginas, o que não é a hora, talvez nem o local mais correto para tal discussão, portanto, mais uma vez... UFA!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PROGRESSISTA... PELO MENOS NO DISCURSO. AINDA BEM QUE TEMOS A SOCIEDADE!

Não nos assustamos, quando a presidente (e com “e” mesmo no final) prega lá fora, um progressismo utópico que ela imagina realista. Que para nós até acontece, mas não nos moldes surreais ditos por ela.

Mas do que adianta o progressismo no discurso lá fora, e aqui dentro ser reacionário? Ou, do que adianta um pensamento progressista sendo que as práticas são inadequadas, defasadas, antiquadas e... (não consegui achar mais nenhuma palavra), que nos remete prá lá do século XVI antes de Cristo!

Quando há algum tipo de manifestação, sempre tem que ter a força do Estado, na forma de polícia, pra conter “abusos” dos manifestantes. Vide o caso dos protestos no Pará em função da construção da usina de belo monte, - que foi até alvo de criticas deste mesmo blog outro dia -, e outras, como as manifestações em São Paulo por questões de transportes públicos de qualidade, em Brasília por conta do projeto de lei do novo código ambiental.

Basta ter estudantes reivindicando algo, que por sinal é absolutamente legítimo, para que a Polícia apareça. Não que se espera a ausência de forças armadas neste caso, mas espera-se sim, a devida conduta delas, a conduta condizente com a situação, e não a distribuição de bordoada pra tudo que lado, de forma irracional e desproporcional!

Que o Estado é reacionário, não há espanto algum, o pior é saber que o Estado conta com o apoio da sociedade pra agir com tamanhos excessos!

Não só pra conter manifestações, mas pra tudo. Tudo que a policia faz, desde que seja com “criminosos”, é legítimo, pra essa parte da sociedade. Independentemente da forma como haja, o Estado sempre encontra respaldo na opinião pública pra agir como bem entender.

Seja na cracolândia, ou na comunidade de pinheirinhos, expulsar pessoas, da forma como quiser, seja pra “desinfeiar” o local, ou entregá-lo nas mãos de grandes empreiteiras que visam apenas a lucratividade, é normal. Isso pode! Independentemente se estamos tratando de seres humanos ou objetos inanimados, a dignidade humana é um subpricípio neste nosso Estado de Direito.

O que é mais incrível, é que essas pessoas que apoiam a ação desmedida da polícia, ainda se acham “pessoas do bem”! Impressionante! Concordam com a barbárie, contra seres da mesma espécie, e ainda se acham “pessoas do bem”!

A pergunta que fica nestes casos, é o que fazer quando justamente quem deveria zelar pela integridade física das pessoas, contribui com violência e desrespeito aos direitos humanos?

Tem horas mesmo que não dá pra saber qual é o lado de cada um, ou, quem é realmente pior, se são os criminosos, o Estado, ou a as pessoas! O que não dá, é pra discordar de Maquiavél, quando diz que “A natureza humana é essencialmente má!”

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Também é problema seu!

Na postagem sobre a maconha, há alguns dias atrás, muitos conservadores criticaram a postura liberal do blog, sobre o argumento de sempre, usuário=bandido, o blá, blá blá de sempre!

O usuário de drogas é tão bandido quanto um cidadão do bem que fuma, bebe, joga, e menos bandido do que aquele que aquele que em nome de Deus discrimina alguém pela roupa que veste, pela opção sexual, ou pela postura diferente da que a seu líder religioso adota.

Usuário de drogas é muitas vezes um dependente químico, pena que essa visão só vai ser a sua - caso você seja um mantenedor do status quo - no dia que as drogas forem parte da rotina de alguém próximo a você!

Dependência química é problema de todos nós, a nossa forma preconceituosa e indiferente de ver o problema, só piora as coisas. Mas pra enxergar isso, não podemos encarar o mundo e seus problemas, da forma leviana como fazemos e com a “tapa” que os conservadores usam, até mesmo quando param de puxar a carroça pra assistir a novela das 8!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A EXTREMA DIREITA



A favor da ditadura militar, o Deputado Federal do PP-RJ Jair Bolsonaro é também defensor da heterossexualidade como única forma de orientação sexual, de ideais machistas, e racista assumido dentre outros absurdos.

O deputado acredita que o problema das drogas deve ser tratado com truculência, da mesma forma arcaica que a sociedade tratava seus problemas... no século XXXII antes de Cristo (com toda a ironia que se possa imaginar).

Jair Bolsonaro é um elitista, extremamente católico, e conseqüentemente um ultraconservador.

No programa semanal da Rede Bandeirantes, CQC, o parlamentar reiterou seu posicionamento contrário à liberdade sexual, as cotas raciais (o que talvez seja o único ponto plausível defendido por ele), e demonstrou seu lado racista.

Defensor ainda da pena de morte e de métodos como a tortura, o deputado disse que “daria uma porrada” em seu filho se o pegasse fumando maconha, que o problema da ditadura era "torturar e não matar" e ainda sim, inacreditavelmente, ele faz parte da comissão de direitos humanos da câmara dos deputados.

Retratou os índios como fedorentos e não educados e acredita que eles, até por “não falarem a nossa língua”, não deveriam ter direito a tamanha proporção de terra que lhes são conferidos atualmente.

Tudo isso pra dizer que o que é mais preocupante, não é o fato de ele pensar assim, e sim o de ele representar uma parcela da sociedade que pensa como ele, que se identifica com suas idéias, e que se sente verdadeiramente representado no congresso nacional por esse tipo de pessoa. Ou seja, ele é o retrato de um povo que não tem a mínima consciência do que fala, e do que faz.

Que a sociedade é conservada e despolitizada, não há dúvidas, mas esses tipos de atitudes tão impensadas, eu imaginava que só veria nos grupos islâmicos mais extremos do mundo, mas honestamente, vejo a 6ª maior economia do mundo como se fosse o 1º no ranking dos países que mais desrespeitam seu próprio povo!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

QUE DESCRIMINALIZE LOGO!



É engraçado, quando nos deparamos com pessoas que são contra a liberação das drogas (hoje ilícitas), como o caso da maconha, que tratamos por hora neste blog!

Impressionante é que muitas dessas pessoas fazem uso do álcool, do tabaco, e até de ambos simultaneamente e, ainda assim, são contra a liberação da maconha, se é que muitos deles na “surdina” não a usam.

Pontos a serem analisados sobre o tema:

A droga faz mal à saúde

Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), lista as substâncias que mais fazem mal ao organismo humano, e para surpresa de muita gente, a maconha é menos nociva que o álcool e o tabaco. E essas duas drogas são legalmente permitidas, o que gera um paradoxo em relação à proibição da maconha.

A maconha é a porta de entrada de outras drogas mais pesadas

Quanto a isso não há dúvidas, mas esse fenômeno acontece em razão de sua proibição, pois, uma vez que o Estado proíbe a sua comercialização, esta passa então a ser exercida à margem da lei, por traficantes que além da droga em questão, têm muitas vezes à sua disposição para oferecer, outras como a cocaína e o craque, por exemplo.
E, como o usuário já está infringindo a lei para usar a maconha, não o custará nada alterar a substância consumida, pois permanecerá fora da lei.

E, assim como a maconha, o álcool e o tabaco também podem abrir precedências para o consumo de outras drogas mais pesadas.

O vício na maconha

Dentre as drogas listadas pela ONU, a maconha é uma das que possuem menor taxa de adesão, ou seja, que tem o menor poder de viciar, quando comparada à cocaína, ao craque e até mesmo ao tabaco.

Paradoxo entre a liberação de outras drogas como o álcool e o tabaco e a proibição da maconha

Como visto, é uma droga que causa menos mal à saúde do que outras que são permitidas e é menos viciante também, e mesmo assim a sociedade e o Estado vê com maus olhos a possibilidade de sua descriminalização, mas tente criminalizar a venda do álcool, por exemplo, para ver qual a reação da sociedade!

Curiosidade despertada pela proibição

É notório que muitas pessoas tenham curiosidade pela droga em razão de sua ilegalidade. Na década de 1930, nos EUA, (época que revelou ao mundo um dos maiores bandidos da história, o “Al Capone”, que ficou famoso por vender álcool no período) o consumo alcoólico era proibido por lá, e depois que foi liberado, a taxa de consumo não superou à da época em que a bebida era proibida. Deste modo, é provável que, se liberada, o interesse pela maconha seja até reduzido, ao invés de aumentado.



O terrorismo criado acerca das drogas

Quando se diz a um adolescente que as drogas são ruins, que ele vai viciar na primeira vez que consumir, que elas fritam seu cérebro, que te fazem passar vergonha, e tudo mais que se pode fazer para criar um monstro muito maior que ele é na verdade, o que estamos criando é outro problema.

O adolescente, quando experimenta alguma droga, sente o êxtase que ela proporciona, e vê, então, que as drogas não são tão ruins como ensinaram a ele, pois o julgamento que ele fará será o do efeito instantâneo da droga e não de seu uso a longo prazo. Logo, ele vê também que não está viciado no primeiro contato, e, então, mais uma mentira. Consequentemente, seu cérebro não “derreteu” como fizeram ele acreditar.

A consequência disso, é que os discursos sobre as drogas que essa pessoa assistiu ao longo de sua vida, perdem completamente a credibilidade, ou seja, essa pessoa passa, com isso, a não acreditar mais no Estado, que mentiu pra ele a vida toda.

Relação das drogas com o crime organizado

Outro ponto a ser debatido, é exatamente a relação que a comercialização ilegal de drogas tem com os crimes organizados, pois quem vende drogas, muitas vezes não está somente cometendo o crime de tráfico de drogas, mas também se envolve em outros crimes como tráfico de armas, e até roubo e etc. Assim, se passarmos esse comércio para setores regulados pelo Estado, essa atividade deixaria de propiciar outros delitos.

A proibição não resolve

Outro raciocínio que chama a atenção por ser execrado pelos conservadores, é de que o simples fato de proibir a venda da maconha, não resolve a situação, pois enquanto existir a demanda (que no caso é grande) vai haver quem queira vender. É, portanto hipocrisia da parte de quem é contra a descriminalização do comércio da maconha, achar que mantendo a proibição o problema estará resolvido!

Problema social da maconha



Diferentemente das outras drogas, inclusive algumas que são liberadas, o problema social que a maconha traz são bem menores que parecem.

Enquanto se discute o mesmo problema causado pelo craque, por exemplo, no caso da maconha, a coisa é diferente, pois as drogas mais pesadas têm um diferencial não encontrado na maconha: elas subtraem do usuário o poder que ele tem de decidir se quer ou não fazer o uso desta ou daquela substância, e os viciados a usam quase que compulsoriamente, pois são dependentes químicos.

Tratamento que se deve dar ao dependente químico

Como verificado por aqui, o usuário de drogas é, em muitos casos (não o da maconha), dependente químico, e não bandido como pensa boa parte da sociedade. Assim sendo, deve ser tratado como tal, com tratamento adequado, e não com cadeia.




É até certo ponto ridículo tratarmos como bandido quem consome drogas, e sem esse papo de que usuário financia todo o processo, a fim de que, com essa história, o Estado pode eximir-se de sua responsabilidade com a situação, porque, vale ressaltar, foi ele mesmo [o Estado] que mentiu sobre as drogas, que foi ele mesmo [o Estado] que proibiu o consumo gerando curiosidade sobre elas, e que foi ele mesmo [o Estado] que criou um patético paradoxo sobre as drogas, proibindo umas e liberando outras, sem muito sentido etc.

É fato que pelo menos dez países na Europa, não tratam com truculência os usuários de droga, pois, por lá, existe respeito pela dignidade das pessoas, principalmente aquelas não amparadas corretamente pelo Estado.

Por fim, é importante que se ressalte que é muita pretensão pensar que o nosso Estado Democrático de Direito vai resolver esse problema que ele mesmo ajudou a promover. Aliás, qualquer questão que seja polêmica, e que divida a sociedade, é praxe dos nossos governantes não resolverem (a saber, o aborto, as reformas política, tributária, agrária, previdência social etc.).

Entretanto, é nossa esperança que o Estado, seja ele através de seu poder executivo ou do poder legislativo (e não mais o judiciário) pelo menos enfrente a questão, ou seja, basta a iniciativa de tentar enfrentar o problema que já ficaremos, pelo menos por hora, satisfeitos, uma vez que resolvê-lo, parece-nos fugir ao alcance Estatal.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Belo Monte e o blablablá “ecoglobista”



Sem opinião formada sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, nós (que nos achamos “críticos”) promoveríamos um debate sobre o tema, simplesmente expondo os “prós e contras” da questão – se é que alguém realmente visite este blog para ajudar a promovê-lo.

Entretanto, o que mais se encontra quando se procura por “Belo Monte” na internet, por exemplo, é um vídeo (ridículo) dos artistas “globabacas”, tentando se autopromover como defensores do meio ambiente. O pior de tudo é que eles mal sabem o que estão defendendo. Percebe-se, ao longo do vídeo, apelações como “vamos produzir energia limpa, como a eólica ou a solar”, e que “a construção vai inundar o Parque do Xingu” (!).



Como resposta a esses vídeos, estudantes, blogueiros e outras personalidades – como Rafinha Bastos – criticaram duramente a iniciativa dos artistas globais, produzindo textos e vídeos-resposta para satirizar o conhecimento “pleno” deles sobre o tema.

Bem, fomos obrigados a pesquisar essas afirmações "ecoglobistas"...

Para produzir energia eólica que igualasse à eficácia de Belo Monte, seriam necessárias 3.700 torres... Quanto da floresta precisaria ser desmatado para que se colocassem essas torres em circulação? Seria fonte de energia mais limpa? Não parece.

50 milhões de placas de energia solar seriam o necessário para se alcançar o que produziria a usina hidrelétrica. Perguntamos: a relação custo-benefício seria positiva? Quanto da floresta precisaria ser desmatado para a colocação dessas placas? Definitivamente, não parece ser mais limpa.

Além dessas duas hipóteses acima serem mais caras (em Belo Monte, 1 MWh custaria pouco mais de R$ 20, enquanto que a energia de uma usina eólica custaria R$ 100 e a de uma usina solar, R$ 200), a Floresta Amazônica perderia, no local em que fossem construídas as tais usinas de energia limpa propostas pelos “ecoglobistas”, as características de uma floresta, com tantas torres de energia eólica ou placas de energia solar, não é verdade? Ademais, outros danos ambientais também ocorreriam, já que estamos falando em quase 4.000 torres de energia eólica ou 50 milhões de placas de energia solar – teria-se que desmatar espaço suficiente para inseri-las na floresta (ou não, é tudo num passe de mágica?).

Sobre a inundação, o Parque Nacional do Xingu fica a mais de 1.300 km ao sul de onde a usina será construída. Será mesmo que corre o risco de o parque ser inundado pela construção? Acho que, nesse ponto, os globais confundiram a pororoca nortista com um tsunami asiático de dimensões catastróficas no seio da Floresta Amazônica.

O maior problema que haveria na construção seria a realocação das pessoas que por lá vivem, que são os índios e as demais populações ribeirinhas. Ao que parece, um dos pontos principais do projeto é a devida realocação dessas pessoas. Mas, será que vai mesmo funcionar? Será que devemos mesmo confiar nas defeituosas políticas sociais implementadas pelo governo para assistir essa população? Será que essas pessoas serão realocadas de maneira salutar, de modo que terão poucos decréscimos em sua condição de vida? Enfim, será que isso vai funcionar?

Ao que tudo indica, não. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos já pediu explicações (conforme o próprio site do órgão informa: http://www.cidh.oas.org/medidas/2011.port.htm) ao governo brasileiro sobre medidas sociais e ambientais não cumpridas para a realização da obra, já que causarão diversos impactos sociais e ambientais às populações ali existentes. Por essa razão, uma medida cautelar foi outorgada pelo órgão para o impedimento de qualquer obra até que se cumpram as determinações solicitadas, em favor dos povos que ali residem, para a construção da usina.

Conforme dissemos, não temos opinião formada sobre o tema (AINDA!).

Entretanto, se realmente formos nos basear pelos vídeos produzidos pelos “ecoatores” da Globo, pelo vídeo dos estudantes da Unicamp e pelo vídeo do Rafinha Bastos, fica fácil nos posicionarmos sobre o assunto. O placar é de 2 a 1, com 90% de posse de bola no ataque para os estudantes e para o Rafinha.

Aliás, quem nos garante que esse lobby globista não quer nos manipular, assim como os antecedentes históricos da Globo de escolha de presidente, de envolvimento com a ditadura militar etc., manipularam a opinião pública em favor da emissora?

Fica a dúvida sobre a construção da usina de Belo Monte, mas nenhuma dúvida sobre o “conhecimento” ecológico dos artistas “ecoglobistas” e sua credibilidade.

Vídeo dos alunos da Unicamp:
http://www.youtube.com/watch?v=gVC_Y9drhGo&feature=endscreen&NR=1

Vídeo do Rafinha Bastos:
http://www.youtube.com/watch?v=Cyu5x_cSzH4

Vídeo dos ecoglobistas (será que receberam cachê?):
http://www.youtube.com/watch?v=TWWwfL66MPs

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SOBRE CERTOS TIPOS DE IRRACIONALIDADE




Certo dia estava eu, na frente da TV, quando anunciaram que um acidente ocasionou a morte de quatro pessoas e uma, apenas uma, sobreviveu e ainda assim com graves sequelas. Estavam algumas pessoas comigo e uma delas disse “Graças a Deus que ela sobreviveu!”. E eu fiquei me perguntando: e graças a quem morreram as outras quatro?

A conversa continuou e outra pessoa disse: “pelo menos fulano cumpriu sua missão na terra!”. E eu volto a me perguntar: que missão? Será mesmo que cada um de nós tem uma missão pra cumprir, da qual nascemos sem saber, vivemos nela, e depois disso somos descartados como se fôssemos um objeto inanimado, sem vontade, que estivesse a serviço de alguém absolutamente arbitrário, fascista, e que simplesmente ignora a dor de quem fica vivo, e sofrendo pela pessoa que se foi?

O grande pensador francês Jean Paul Sartre, é o pai da teoria que derruba completamente essa ideia de “cumpriu a missão na terra”, dizendo que “A existência precede a essência!”. Ou seja, é necessário primeiro existir para depois se ter uma essência, para que a vida tenha um sentido, uma “missão”. Em outras palavras, não somos um objeto, que já se sabe para que serve, antes mesmo que ele exista, somos seres humanos que só adquirimos uma finalidade quando vivemos!



Deste modo, esse papo de missão na terra, é um argumento para quem se apega a questões metafísicas para explicar o que a ciência ainda não consegue explicar, e se volta contra aquilo que está provado cientificamente.

“Não sois máquina! Homens é que sois!”
(Charles Chaplin)

sábado, 10 de dezembro de 2011



Alagados
(Os Parabarros do Buteco)

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

COMUNISMO x CAPITALISMO

Por vezes, nós que adoramos a polêmica, começamos a comparar os sistemas econômicos que vigem em diversos países por aí.

Historicamente, existem outros, mas os mais conhecidos, e por hora, comparados, são o CAPITALISMO e o COMUNISMO (não o socialismo, pois este é um meio para que se chegue àquele).

Como representante do Capitalismo, vejamos o caso americano, um país extremamente desenvolvido, que soube se utilizar de tal modelo como ninguém para se transformar na maior potência econômica do mundo. Não entraremos, pelo menos agora, no mérito das outras formas pelas quais eles obtiveram esse status.

Os estadunidenses praticam, sim, um capitalismo canibal, no qual o direito à propriedade privada, e ao livre exercício das liberdades comerciais, o chamado “neoliberalismo econômico”, são mais importantes até do que o direito à dignidade da pessoa humana ou à liberdade de expressão, mas isso é assunto para outra oportunidade. O que nos interessa agora é o sucesso no desenvolvimento econômico que o país obteve utilizando-se dos moldes capitalistas.

Como representante do Comunismo, elegemos o país mais populoso do mundo, a China.

Com um modelo econômico difícil de ser compreendido por quem viveu todos os seus 22 anos num país que tem seus meios de produção, em regra, privados, a China teve, sim, uma evolução absolutamente considerável nos últimos 20 anos, em razão de maciços investimentos em educação, dentre outros fatores, e ainda é o país que mais aumenta seu PIB, ou seja, que mais cresce no mundo.

Entretanto, a terra de Mao Tsé-Tung, (que foi exatamente quem implantou por lá este modelo econômico), ainda é um lugar essencialmente pobre e miserável, que possui uma das piores rendas médias do mundo, e dentre os países emergentes, possui os piores indicadores sociais.

Como são comparações que não levam em consideração vários aspectos, como cultura, educação, população etc. os resultados acabam sendo, de certo modo, destorcidos.

Por isso, vamos comparar agora dois países que partiram de um ponto comum, e durante a guerra fria se dividiram em Coreia do Norte e Coreia do Sul.
Enquanto a vizinha do norte, comunista, é um dos países mais pobres do mundo, com o 195º PIB per capto dentre os listados pela ONU, a vizinha do sul, capitalista é uma das maiores potencias mundiais, com a 15ª maior economia do planeta, possuindo elevados índices de desenvolvimento humano.

Exemplos não faltam para ilustrar o que até Karl Marx, o pai do Comunismo dizia, que não há sistema econômico que desenvolva melhor um país do que o capitalismo.

E embora a ideia de se erradicar as desigualdades sociais, distribuindo renda, a base da estatização dos meios produtivos, seja absolutamente a mais aceita, do ponto de vista antropológico, como prevista da teoria comunista por Marx e Engels, e por este blog, vista como mais justa, é o capitalismo que opera no sentido de promover o desenvolvimento econômico de um país.

Qual então seria a melhor solução? Capitalismo? Comunismo? É possível, entretanto, que haja um capitalismo mais regrado, que vise o desenvolvimento, mas no qual o Estado trabalhe em prol dos menos favorecidos? Se sim, seria esta a melhor escolha!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A intrigante manifestação popular no caso Isabella Nardoni

            Muito me intriga a revolta dos brasileiros com a morte de Isabella Nardoni. A menina, como se sabe, foi defenestrada do sexto andar do Edifício London, em março de 2008, depois de ter sido agredida pelo pai e pela madrasta. Na ocasião, quando da prisão temporária do casal, as pessoas saíram às ruas para se "manifestarem" contra os acusados. Sob os gritos em uníssono de "justiça", mostrados pela carniceira mídia sensacionalista brasileira, as pessoas comemoravam, como em uma final de Copa do Mundo de futebol, o encarceramento dos acusados.

            Fico intrigado não porque tenho alguma piedade dos acusados, por terem assassinado a garota, como demonstram todos os indícios e provas (com muita contundência). Como todas as pessoas de inteligência média, entendo que devam ser punidos pelo crime que cometeram. Acho uma barbárie a atitude do casal. Não tenho dúvidas sobre isso.

            Mas, o intrigante mesmo é como as pessoas são manipuladas pelos veículos de comunicação. Inebriadas pelo sensacionalismo jornalístico, as pessoas se manifestavam, desnecessariamente, como se estivessem fazendo um bem para a humanidade. Como se estivessem operando a justiça, simplesmente porque a mídia deu grande importância à morte da menina, de classe média alta, defenestrada do sexto andar pelo pai.

             Mais intrigante ainda é saber que outras crianças ao redor do país (e do mundo) morrem de igual ou pior maneira. Crianças de um, dois, três, sete, dez anos etc., morrem aos milhares por causas diversas, por falta das coisas mais básicas (como saúde, comida etc.). Enfim, morrem por negligência criminosa do Estado e da puritana sociedade brasileira... Mas as pessoas se manifestam por isso? Não, definitivamente, não.

             O que me intriga não é tanto o fato de as pessoas se revoltarem com essa situação isoladamente (mesmo que tenhamos tantos outros milhares de crianças morrendo covardemente por negligência deliberada e ninguém se preocupa), o que mais me intriga é que as pessoas poderiam fazer a diferença se fossem mais politizadas, se não tratassem questões políticas de extrema importância como se não fossem de sua responsabilidade, como se a única obrigação política que tivessem fosse votar de dois em dois anos.
             
             As mesmas pessoas que se dizem “revoltadas” com tal situação, elegem, como seus representantes, pessoas como José Sarney, Paulo Maluf, Renan Calheiros etc. Ninguém se manifesta para banir esses figurões coronelistas do cenário político brasileiro, que, entre as diversas injustiças que cometem, tiram a saúde, a educação e a comida de milhões de crianças brasileiras em favor de suas célebres ganâncias. Isto é, muitas crianças morrem por conta da ganância desses senhores.

             O fato é que tal “manifestação” em favor de Isabella Nardoni não fez a menor diferença para a situação social no Brasil. Outras crianças continuam morrendo de maneira covarde no país, mas ninguém sabe, porque a “responsável” mídia pátria pouco informa e alardeia essa situação (como alardearam o caso isolado de Isabella Nardoni). Qual a diferença entre as outras crianças que morrem por aí e Isabella Nardoni? A classe social? A cor da pele?

             Se fizéssemos uma manifestação a cada dia por conta das crianças mortas e dos absurdos gloriosos cometidos pelas autoridades políticas e pelas elites brasileiras, talvez tivéssemos uma situação social diferente.

             Talvez, as pessoas que estivessem lá, “manifestando” em favor da garota assassinada, estivessem em Brasília, pedindo o banimento de José Sarney do cenário político brasileiro, muita coisa seria diferente. Este, sim, seria um nobre motivo para uma manifestação, pois resolveriam muitos problemas de uma vez só. Muitas crianças deixariam de sofrer com a fome, com a falta de escola e professores e com as precárias condições da saúde brasileira... Salvaríamos muitas mais vidas... Muitas crianças.