terça-feira, 20 de dezembro de 2011

QUE DESCRIMINALIZE LOGO!



É engraçado, quando nos deparamos com pessoas que são contra a liberação das drogas (hoje ilícitas), como o caso da maconha, que tratamos por hora neste blog!

Impressionante é que muitas dessas pessoas fazem uso do álcool, do tabaco, e até de ambos simultaneamente e, ainda assim, são contra a liberação da maconha, se é que muitos deles na “surdina” não a usam.

Pontos a serem analisados sobre o tema:

A droga faz mal à saúde

Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), lista as substâncias que mais fazem mal ao organismo humano, e para surpresa de muita gente, a maconha é menos nociva que o álcool e o tabaco. E essas duas drogas são legalmente permitidas, o que gera um paradoxo em relação à proibição da maconha.

A maconha é a porta de entrada de outras drogas mais pesadas

Quanto a isso não há dúvidas, mas esse fenômeno acontece em razão de sua proibição, pois, uma vez que o Estado proíbe a sua comercialização, esta passa então a ser exercida à margem da lei, por traficantes que além da droga em questão, têm muitas vezes à sua disposição para oferecer, outras como a cocaína e o craque, por exemplo.
E, como o usuário já está infringindo a lei para usar a maconha, não o custará nada alterar a substância consumida, pois permanecerá fora da lei.

E, assim como a maconha, o álcool e o tabaco também podem abrir precedências para o consumo de outras drogas mais pesadas.

O vício na maconha

Dentre as drogas listadas pela ONU, a maconha é uma das que possuem menor taxa de adesão, ou seja, que tem o menor poder de viciar, quando comparada à cocaína, ao craque e até mesmo ao tabaco.

Paradoxo entre a liberação de outras drogas como o álcool e o tabaco e a proibição da maconha

Como visto, é uma droga que causa menos mal à saúde do que outras que são permitidas e é menos viciante também, e mesmo assim a sociedade e o Estado vê com maus olhos a possibilidade de sua descriminalização, mas tente criminalizar a venda do álcool, por exemplo, para ver qual a reação da sociedade!

Curiosidade despertada pela proibição

É notório que muitas pessoas tenham curiosidade pela droga em razão de sua ilegalidade. Na década de 1930, nos EUA, (época que revelou ao mundo um dos maiores bandidos da história, o “Al Capone”, que ficou famoso por vender álcool no período) o consumo alcoólico era proibido por lá, e depois que foi liberado, a taxa de consumo não superou à da época em que a bebida era proibida. Deste modo, é provável que, se liberada, o interesse pela maconha seja até reduzido, ao invés de aumentado.



O terrorismo criado acerca das drogas

Quando se diz a um adolescente que as drogas são ruins, que ele vai viciar na primeira vez que consumir, que elas fritam seu cérebro, que te fazem passar vergonha, e tudo mais que se pode fazer para criar um monstro muito maior que ele é na verdade, o que estamos criando é outro problema.

O adolescente, quando experimenta alguma droga, sente o êxtase que ela proporciona, e vê, então, que as drogas não são tão ruins como ensinaram a ele, pois o julgamento que ele fará será o do efeito instantâneo da droga e não de seu uso a longo prazo. Logo, ele vê também que não está viciado no primeiro contato, e, então, mais uma mentira. Consequentemente, seu cérebro não “derreteu” como fizeram ele acreditar.

A consequência disso, é que os discursos sobre as drogas que essa pessoa assistiu ao longo de sua vida, perdem completamente a credibilidade, ou seja, essa pessoa passa, com isso, a não acreditar mais no Estado, que mentiu pra ele a vida toda.

Relação das drogas com o crime organizado

Outro ponto a ser debatido, é exatamente a relação que a comercialização ilegal de drogas tem com os crimes organizados, pois quem vende drogas, muitas vezes não está somente cometendo o crime de tráfico de drogas, mas também se envolve em outros crimes como tráfico de armas, e até roubo e etc. Assim, se passarmos esse comércio para setores regulados pelo Estado, essa atividade deixaria de propiciar outros delitos.

A proibição não resolve

Outro raciocínio que chama a atenção por ser execrado pelos conservadores, é de que o simples fato de proibir a venda da maconha, não resolve a situação, pois enquanto existir a demanda (que no caso é grande) vai haver quem queira vender. É, portanto hipocrisia da parte de quem é contra a descriminalização do comércio da maconha, achar que mantendo a proibição o problema estará resolvido!

Problema social da maconha



Diferentemente das outras drogas, inclusive algumas que são liberadas, o problema social que a maconha traz são bem menores que parecem.

Enquanto se discute o mesmo problema causado pelo craque, por exemplo, no caso da maconha, a coisa é diferente, pois as drogas mais pesadas têm um diferencial não encontrado na maconha: elas subtraem do usuário o poder que ele tem de decidir se quer ou não fazer o uso desta ou daquela substância, e os viciados a usam quase que compulsoriamente, pois são dependentes químicos.

Tratamento que se deve dar ao dependente químico

Como verificado por aqui, o usuário de drogas é, em muitos casos (não o da maconha), dependente químico, e não bandido como pensa boa parte da sociedade. Assim sendo, deve ser tratado como tal, com tratamento adequado, e não com cadeia.




É até certo ponto ridículo tratarmos como bandido quem consome drogas, e sem esse papo de que usuário financia todo o processo, a fim de que, com essa história, o Estado pode eximir-se de sua responsabilidade com a situação, porque, vale ressaltar, foi ele mesmo [o Estado] que mentiu sobre as drogas, que foi ele mesmo [o Estado] que proibiu o consumo gerando curiosidade sobre elas, e que foi ele mesmo [o Estado] que criou um patético paradoxo sobre as drogas, proibindo umas e liberando outras, sem muito sentido etc.

É fato que pelo menos dez países na Europa, não tratam com truculência os usuários de droga, pois, por lá, existe respeito pela dignidade das pessoas, principalmente aquelas não amparadas corretamente pelo Estado.

Por fim, é importante que se ressalte que é muita pretensão pensar que o nosso Estado Democrático de Direito vai resolver esse problema que ele mesmo ajudou a promover. Aliás, qualquer questão que seja polêmica, e que divida a sociedade, é praxe dos nossos governantes não resolverem (a saber, o aborto, as reformas política, tributária, agrária, previdência social etc.).

Entretanto, é nossa esperança que o Estado, seja ele através de seu poder executivo ou do poder legislativo (e não mais o judiciário) pelo menos enfrente a questão, ou seja, basta a iniciativa de tentar enfrentar o problema que já ficaremos, pelo menos por hora, satisfeitos, uma vez que resolvê-lo, parece-nos fugir ao alcance Estatal.

3 comentários:

  1. Libera logo essa porra! Até a vovó fuma, até um Mussum fuma um basezão grandão!!

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  2. "Ñ deixe q a cultura abafe a realidade!
    Maconha ñ mata e isso é verdade!
    C pensa q todo maconhero ñ presta,
    Esse safado tem q tomar tiro na testa!"

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  3. Como já diria o Sr Yuka "também morre quem atira"

    então cuidado!

    mas criminalizar a maconha é coisa de conservador idiota, que não sabe o que ta falando hehe

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