sábado, 10 de dezembro de 2011



Alagados
(Os Parabarros do Buteco)

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê

3 comentários:

  1. eu tô com o Hebert

    Só não sei fé em quê!

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  2. Fé na TV... Que mostra as UPPs desarticulando o tráfico, "heroificando" bandidos fardados... Como se o tráfico fosse o que assolasse aquelas comunidades... e não a falta de educação, de escola, de saúde.

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  3. e pior, o que piora a situação na favela é, ironicamente, a presença do próprio Estado, na forma de milicias, quando se trata de armas, e na forma de ausencia de educação, saúde, dignidade e etc quando de trata de gestão!

    Quando o problema são civis, marginais ou não, o Estado pode intervir de algum modo, mas quando o problema é o Estado, o que fazer? chamar a polícia?

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